INTRODUÇÃO: A doença arterial coronariana é uma condição inflamatória crônica que resulta da formação de placas de ateroma na parede dos vasos sanguíneos sendo consequência de uma ação combinada de fatores de risco, tanto genéticos quanto ambientais como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e tabagismo entre outros. Evidências recentes sugerem que outras medidas lipídicas como o colesterol de lipoproteína de densidade não alta (Não-HDL-c) pode ser um preditor de risco desta enfermidade por refletir diretamente o número total de partículas circulantes de lipoproteínas aterogênicas. OBJETIVO: Analisar a relação dos níveis de colesterol não-HDL com a gravidade da doença aterosclerótica coronariana. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado com 50 pacientes internados em um hospital universitário na cidade de Teresina-Piauí, admitidos no setor de hemodinâmica para realização de cinecoronariografia. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado contendo informações sociodemográficas, estilo de vida, características angiográficas e perfil lipídico. Os dados foram tabulados no software da Microsoft Office Excel e posteriormente transportados para o software R, versão 4.2.2, onde foram analisados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, sob o parecer de número 5.297.413. RESULTADOS: Participaram do estudo 50 pacientes com idade média de 66,4 anos, de cor parda (98%), do sexo masculino (52%), aposentado (88%) e estado civil casado (54%). Em relação à apresentação clínica, (42%) dos pacientes foram internados com infarto agudo do miocárdio e (16%) com angina. A hipertensão arterial (74%) foi o fator de risco mais prevalente, sendo seguida de diabetes mellitus (44,9%) e dislipidemia (36%). A cineangiocoronariografia foi normal em 6 pacientes (12%), e 44 (88%) apresentaram obstrução de padrão triarterial como prevalente com oclusão grave (60%) e sem lesão de TCE (82%). Houve diferença estatisticamente significativa no colesterol HDL-c (valor-p = 0,0009) e razão TG/HDL-c (valor-p = 0,0284) entre os pacientes com e sem DAC. Em relação ao colesterol não-HDL-c, houve diferença estatisticamente significativa desta fração sérica com os índices de Castelli I (valor-p =<0,0001), índice de Castelli II (I (valor-p = <0,0001) e razão TG/HDL-c (p= 0,0083). CONCLUSÃO: Os resultados demostraram que o perfil dos indivíduos submetidos à cinecoronariografia foi de idosos com múltiplas comorbidades associadas à doença de base, concomitante com DAC grave associada com baixos níveis de HDL-c e razão TG/HDL-c alterada sugerindo elevado risco cardiovascular, além de colesterol não-HDL associado com os índices de Castelli I e II e com a relação TG/HDL-c.