INFECÇÕES URINÁRIAS NO ESTADO DO PIAUÍ: BACTÉRIAS CAUSADORAS E PERFIL DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
Infecções urinárias. Uropatógenos. Perfil de sensibilidade. Resistência bacteriana.
As infecções do aparelho urinário (ITU) são as infecções bacterianas mais comuns seja no ambiente hospitalar ou comunitário. A epidemiologia das infecções urinárias varia de acordo com idade e sexo. Na idade adulta as infecções urinárias passam a ser mais frequente em pessoas do sexo feminino. Os agentes etiológicos mais frequentes nas ITU são provocadas por bactérias gram-negativas que pertencem a família Enterobacteriaceae. A terapêutica para indivíduos acometidos com ITU pode ser realizada por uma diversidade de antibióticos ou quimioterápicos. Entretanto, o amplo uso de antibióticos utilizado na medicina humana e o número de prescrições inadequadas tem se tornado um dos principais problemas de saúde pública devido ao aumento exacerbado de bactérias comensais e patogênicas resistentes a agentes antimicrobianos . O objetivo principal desse trabalho foi analisar a etiologia e o perfil de resistência bacteriana a antimicrobianos de patógenos que ocasionam infecção do trato urinário no Laboratório Central do Piauí (LACEN - PI). O presente trabalho trata-se de um estudo de prevalência realizado no departamento de microbiologia do Laboratório Central do Piauí durante julho de 2013 a dezembro de 2014. Os dados foram obtidos a partir de registros no sistema GAL. Todas as amostras de urinas foram inoculadas em meios de culturas Ágar Cled, Ágar MacConkey e/ou Ágar sangue pelo período de 18h a 24h. Posteriormente, foi realizado testes de difusão em discos para determinar o perfil de susceptibilidade de acordo com o método de Kirby - Bauer. 1032 culturas foram positivas. A E.coli foi a bactéria mais frequente (62,2%),seguida pela Klebsiella sp (18,7%), Pseudomonas aeruginosa (4,6%), Enterococcus spp (2,2%). O sexo feminino apresentou maior índice de infecção (70, 4%), sexo masculino (29,5%). E.coli apresentou um padrão de resistência elevada a sulfametoxazol/trimetropim (53%) e a Ácido Nalidixíco (49.8%). Klebsiella spp apresentou resistência a ácido nalidixíco e ampicilina, e sensibilidade a imipenem e amicacina. Enterococcus faecium mostrou-se resistente a ciprofloxacina, penicilina, norfloxacina, moxifloxacina, e ampicilina/sulbactam, e apresentou elevada sensibilidade à vancomicina, teicoplanina, gentamicina, estreptomicina, amoxacilina/ácido clavulônico e ampicilina. As bactérias fermentadoras Pseudomonas ssp e Acinetobacter baumani apresentaram padrão de resistência diferentes aos antibióticos testados. A Acinetobacter baumani foi resistente a ampicilina, ciprofloxacina, cefalotina, ácido nalídixico, cefetriaxona, sulfametoxozol/trimetropim, cefuroxima e nitrofurantoína. Pseudomonas spp apresentou resistência a ampicilina, ampicilina/sulbactam, cefetriaxona, cefepime, piperaciclina/ Tazobactam. O conjunto de patógenos encontrados no presente trabalho correlaciona-se com diversos trabalhos realizados ao redor do mundo. A bactéria mais frequente encontrada nas uroculturas analisadas foi a E. coli, e o sexo feminino foi o sexo maior índice de infecção urinária, dados citados por diversos autores na literatura. Quanto ao perfil de sensibilidade, encontrou-se diferentes resultados quando comparado a diferentes locais, tendo em vista que o padrão de resistência bacteriana depende de diversos fatores.