FATORES PREDITORES DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA.
Câncer de mama. Qualidade de vida. Saúde da Mulher.
Introdução: O câncer de mama é responsável pelo aumento no número de mortes prematuras, pela perda de qualidade de vida e pelo alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer. Pesquisas que visam analisar o impacto da doença na qualidade de vida de um grupo são de grande relevância à sociedade, pois ajudam a direcionar a atenção da saúde pública para a melhoria de seus serviços em benefício da população. Metodologia: Estudo descritivo, exploratório e transversal, realizado no Setor de Quimioterapia e nas Unidades de Internação do Hospital São Marcos, na cidade de Teresina, Piauí, no período de abril a junho de 2015. A amostra foi de 170 mulheres com diagnóstico de câncer de mama. Foi adotada a amostragem não probabilística, por cotas, com margem de erro de 5%, intervalo de confiança de 95%. Foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para verificar normalidades dos dados em grupos com mais de três classes; o teste não paramétrico H, de Kruskal Wallis, para verificar diferença significativa entre três ou mais amostras independentes; a Correlação Linear de Pearson, para verificação de correlação entre os escores do questionário FACT-B e dos Domínios do Coeficiente de Correlação de Spearman. Os escores do Trial outcome índex (TOI), Functional Assessment of Cancer Therapy – General (FACT-G), e Functional Assessment of Cancer Therapy-Breast (FACT-B) foram calculados conforme orientação Socoring Guiderlines, tabulados em planilha eletrônica Microsoft Office Excel e analisados no programa The R Project for Statistical Computing versão 3.2.0. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5%. Resultados: Das mulheres que participaram do estudo, 42,9% tinham idade entre 35 e 49 anos; 37,7%, entre 50 e 64 anos, 12,9%, entre 65 e 79 anos; e 6,5%, de 20 a 34 anos. Delas, 54,1% eram casadas; 24,2%, solteiras; 8,8%, separadas; 7,1% tinham união estável; e 5,9% eram viúvas. Em relação à religião, 71,2% eram católicas; 24,7%, evangélicas. Entre as pesquisadas, 26.5% eram “do lar”; 14.1%, lavradoras; 9,4%, professoras; 8,2%, domésticas; 4,7%, aposentadas; e 37,1% exerciam outras atividades. Acerca de remuneração, 26,8% tinham renda inferior ou igual a um salário mínimo (SM); 47,6%, de um a dois SMs; 18,5%, de dois a quatro SMs; e 7,1% maior ou igual a quatro SMs. Em se tratando de nível de escolaridade, 34,7% tinham o Ensino Fundamental incompleto; 21,8%, Ensino Médio completo; 11,8% não alfabetizadas; 10,6%, Ensino Fundamental completo; 10%, Ensino Superior completo; 9,4%, Ensino Médio incompleto; 1,8%, Ensino Superior incompleto. Sobre a origem, 41,9% eram procedentes de Teresina/Piauí; 80% residiam em zona urbana e 20% em zona rural. Quanto aos fatores preditores, 7,1% tiveram menarca antes dos 12 anos de idade; 10,6% já haviam feito terapia de reposição hormonal; 38,2% já fizeram uso de anticoncepcional; 18,8% tiveram filhos após os 30 anos de idade; 6,7% não amamentaram; 53,5% tinham história familiar de câncer; 27,9% tinham hipertensão arterial; 9,8%, diabetes; 9,8%, dislipidemia; 37,1% estavam com sobrepeso e 25,9% com obesidade; 33,5% já fumaram e 3,6% continuavam fumando; 42,4% já consumiram alguma bebida alcoólica e 0,6% continuavam consumindo; 65,3% não praticavam atividade física e 91,1% não estavam praticando. Quanto à terapêutica, 38,8% fizeram quimioterapia e cirurgia; 31,8% apenas quimioterapia; 17,6% cirurgia, quimioterapia e radioterapia; e 4,7% quimioterapia e radioterapia. Conclusão: A melhor qualidade de vida esteve presente entre as mulheres com idade entre 35 a 49 anos; com Ensino Superior Completo; com renda entre dois e quatro SMs; com ciclo menstrual presente, que não estão na menopausa; que fizeram uso de terapia de reposição hormonal; que não fizeram uso de anticoncepcional; que não fizeram e nem fazem consumo de fumo e de bebida alcoólica; que praticavam e praticam atividade física; entre aquelas mulheres que tem filho que engravidaram antes dos 30 anos; e que amamentaram; que realizaram quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia e que não tinham metástase.
Portanto, o estudo demonstra que as características socioeconômicas, os
fatores preditores do câncer de mama e a terapêutica exerceram influência
sobre a qualidade de vida das mulheres com neoplasia.