Biomarcadores de evolução clínica na leishmaniose visceral
Palavras-chave: Leishmaniose visceral, Leishmania, citocinas, quimiocinas, inflamação
RESUMO
LIMA, S.S. Biomarcadores de evolução clínica na leishmaniose visceral. 2015.157f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Saúde). Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2015.
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é causada por protozoários intracelulares obrigatórios do complexo Leishmania donovani. Na fase aguda da LV ocorrem alterações no sistema imune do hospedeiro com intensa resposta inflamatória e comprometimento da imunidade celular antígeno-específica. Hipotetiza-se que as citocinas e quimiocinas regulem a magnitude dessa resposta imune e estejam associadas à evolução clínica e à resolução da LV. Objetivos: Avaliar a evolução da atividade inflamatória na LV pelo nível de citocinas desde o diagnóstico até o 180º dia de tratamento e correlacionar os níveis das citocinas IL-1b, IL-6, IL-10, IL 12, IFN-γ, TNF-α e da quimiocina CXCL8 com a evolução clínica e laboratorial da doença. Pacientes e Métodos: Estudo de coorte prospectivo, não pareado, composto por 36 pacientes com LV sintomática. Foi realizada avaliação clínica e laboratorial e dosagem dos níveis de IL-1b, IL-6, CXCL8, IL-10, IL-12 e TNF-α pré- tratamento e no sétimo, 14º, 21º, 30º e 180º dias de terapia. Os níveis de IFN-γ foram mensurados pré- tratamento e no sétimo, 21º, 30° e 180º dias de terapia. Utilizou-se o equipamento BD FACSCanto™ (Becton Dickinson, USA) seguindo as instruções sugeridas pelo fabricante. Resultados: Os níveis das citocinas IFN-γ, IL-1b, IL-6, IL-10 e TNF-α e da quimiocina CXCL8 foram mais elevados na fase pré-tratamento da LV e observou-se regressão significativa entre o sétimo e 30º dia de terapia. Houve correlação entre os níveis de citocinas e quimiocinas entre si e com a evolução clínica e laboratorial. Os níveis de IL-12 não apresentaram diferença significativa durante os seis meses de estudo. A proteína C reativa (PCR) esteve associada a citocina inflamatória TNF-α e aos marcadores de função hepática, bem como às extensões do fígado e do baço. Conclusões: A resposta inflamatória está exacerbada antes do tratamento na LV com elevados níveis de citocinas, quimiocinas e PCR e atenua-se com a melhora clínica e laboratorial. Existe correlação entre os níveis pré-tratamento de INF-γ e o tempo para clareamento da febre e entre os níveis de TNF-α e o tempo de regressão da hepatomegalia e esplenomegalia. Pode-se esperar que os pacientes com altos títulos de INF-γ e TNF-α apresentem resposta clínica pós-tratamento mais tardia.
Palavras-chave: Leishmaniose visceral, Leishmania, citocinas, quimiocinas, inflamação