Comparação da parasitemia no calazar medida por microscopia e estimada por reação em cadeia da polimerase quantitativa
LEISHMANIOSE VICERAL. PARASITEMIA. qPCR. MICROSCOPIA.
A identificação de seres humanos como fontes de infecção de Leishmania infantum pode sugerir novas estratégias de intervenção para o controle da doença. O único método atualmente disponível para esta finalidade é o xenodiagnóstico, que é incompatível para intervenções populacionais. Tem sido proposto O uso de técnicas moleculares como a PCR quantitativa (qPCR) tem sido proposto, mas seu significado real na detecção de parasitas viáveis não é bem conhecido. Nesta direção, resolveu-se verificar microscopicamente a concentração de amastigotas no sangue periférico de 30 pacientes com calazar no Nordeste do Brasil através do exame do creme leucocitário do sangue periférico e comparar com a qPCR. Foram identificados parasitas no sangue periférico em 67% dos pacientes, em concentração muito baixa (média 0,3 parasitas por mL) em contraposição com a qPCR que apresentou 93% de sensibilidade. A quantidade de parasitas foi maior no plasma (22.090 parasitas/mL) do que no sangue total (mediana = 7,905 parasitas/mL). Conclui-se que tanto os amastigotas circulantes como os resultados do qPCR não correspondem aos resultados de xenodiagnóstico e que o sangue não é a fonte de infecção para os vetores do calazar.