O ângulo de fase, obtido por bioimpedância elétrica, é um indicador de integridade celular e
tem sido proposto como parâmetro prognóstico em pacientes críticos. O objetivo desta revisão
sistemática foi avaliar a associação entre ângulo de fase e desfechos clínicos adversos em
pacientes hospitalizados com Covid-19. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados
MEDLINE/PubMed, Embase e Web of Science, com interesse em estudos observacionais que
avaliaram a associação entre ângulo de fase e desfechos clínicos adversos em indivíduos com
idade igual ou acima de 18 anos hospitalizados com Covid-19. Os estudos foram selecionados
por duas revisoras, de forma independente, conforme critérios de elegibilidade. Posteriormente,
os dados foram extraídos e apresentados em uma síntese qualitativa. A avaliação da qualidade
dos estudos foi realizada conforme a escala Newcastle-Ottawa. A revisão sistemática foi
registrada no PROSPERO (no CRD42022306177). Foram identificados 392 artigos, que
resultaram em sete estudos selecionados, dos quais seis eram coortes prospectivas e uma,
retrospectiva. Na avaliação da qualidade, seis estudos obtiveram pontuação igual ou superior a
sete, indicativa de baixo risco de viés. Um total de 750 indivíduos compôs as amostras dos
estudos selecionados. Cinco estudos relataram associação independente entre ângulo de fase e
desfechos clínicos adversos durante hospitalização por Covid-19, com destaque para internação
e ventilação mecânica prolongadas e maior mortalidade em pacientes com menor ângulo de
fase. Assim, a medida do ângulo de fase pode ser útil na identificação precoce de riscos em
pacientes hospitalizados com Covid-19, para fins de adequação de conduta clínica.