Depósitos Aptianos, correspondentes à Formação Codó (FC), têm despertado interesse, não apenas pelo aspecto econômico (extração de calcário, gesso e potencial gerador de hidrocarbonetos), mas também por constituírem o principal registro das etapas iniciais de abertura do Oceano Atlântico Equatorial. Trabalhos geológicos anteriores mostram que a FC sofreu a influência de vários ciclos marinhos transgressivos-regressivos, sugerindo várias possibilidades de ambientes deposicionais de deltaico salino à marinho raso durante a sedimentação. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar os biomarcadores em extratos de amostras de afloramentos da Formação Codó, a fim de caracterizar as condições paleoambientais, tipos de fontes e o estágio de evolução térmica da matéria orgânica (MO). As amostras de rocha foram coletadas em afloramentos próximos às cidades de Codó e Grajaú no Estado do Maranhão, depois passaram por análises para determinação do Carbono Orgânico Total (COT), pirólise Rock-Eval e biomarcadores, seguindo metodologias clássicas. Os resultados do COT e análise de Rock-Eval mostraram baixo teor de matéria orgânica. A análise por CG-EM mostrou uma grande diversidade de biomarcadores nas cinco amostras estudadas. As principais características da composição da MO foram: baixo teor de n-alcanos, Fitano >> Pristano, presença de i-25, i-30 (esqualano), bifitano, licopano e gamacerano, sugerindo o ambiente deposicional de salino a hipersalino. A análise de biomarcadores mostrou uma série completa de ββ hopanos e Δ13(18) hopenos, αααR e βααR esteranos, e Δ5 e Δ8(14) esterenos, indicando MO imatura. Foram também identificados vários C30 esteranos, entre eles 4α-metil- e 4β-metil-24-etilcolestano, 24-n-propilcolestano e 24-isopropilcolestano (todos identificados por co-injeção) e dinosteranos, sendo que alguns deles são indicativos de um sistema deposicional marinho. Parâmetros calculados a partir dos HPAs (alquilfenantrenos, dibenzotiofenos e alquildibenzotiofenos), também sugeriram que as amostras apresentam baixa maturidade, pouca evolução térmica e ambiente deposicional lacustre. A identificação de produtos diagenéticos e catagenéticos de carotenoides aromáticos nas amostras estudadas, são indicativos de ambiente deposicional anóxico com presença de H2S