A produção de caprinos vem ganhando destaque no mundo inteiro. A carne destes animais apresenta características nutricionais interessantes como baixos teores de gorduras e colesterol, além de elevado teor de ferro e proteínas. A análise quantitativa das proteínas tem exigido um maior cuidado no preparo da amostra, tendo em vistas que estas são moléculas complexas. Diante disto, o presente estudo tem como objetivo otimizar as condições de extração de proteínas da carne de caprinos, no que diz respeito à temperatura, tempo de extração, volume e concentração do extrator, empregando planeamento fatorial 24. A carne foi liofilizada, homogeneizada, e a seguir fez-se a extração das proteínas com Tris/HCl, pH 7,3 nas temperaturas de 25 e 40 °C, volume de 5,0 e 10,0 mL, tempo de extração de 10 e 20 minutos e concentração do extrator de 0,05 e 0,1 mol L-1. Após esta etapa centrifugou-se e lavou-se o extrato obtido com éter de petróleo. Obteve-se como resposta o teor total de proteína extraída quantificada pelo método de Bradford. O resultado do planejamento mostrou que os fatores: temperatura, tempo de extração e volume do extrator foram significativos ao nível de 95% de confiança, além das interações entre o volume do extrator e tempo de extração, tempo e temperatura de extração, temperatura e volume de extrator. A temperatura, a concentração e o tempo de extração foram fixados em níveis convenientes à maximização da resposta (temperatura de 40 ºC; tempo de 10 minutos; concentração do extrator de 0,05 mol L-1), de acordo com a interpretação dos seus efeitos. A ANOVA de um fator aplicada no estudo do volume do extrator indicou uma diferença significativa nas médias obtidas para os diferentes volumes. Adicionalmente, o teste t de comparação entre médias mostrou que o volume de 4,0 mL aumentava o rendimento da extração quando comparado ao volume de 5,0 mL. O teor de proteína extraída nas condições ótimas foi significativamente maior do que alguns relatados na literatura. Os cromatogramas obtidos para as temperaturas estudadas sugerem que o perfil cromatográfico das proteínas não sofre grande mudança com a variação da temperatura. O método proposto revela ser não destrutivo para as proteínas, simples, rápido e barato podendo ser usado em investigações proteômicas e para produzir concentrados confiáveis de proteínas da carne caprina.