O aprofundamento de estudos sobre os aspectos cognitivos, como memória e percepção auxiliam na compreensão da mente e comportamento humano sobre a natureza. Investigar como o medo, nojo, experiência prévia negativa influenciam na recordação e na predisposição à conservação da fauna, na cidade de Floriano, PI, Brasil. Imagens de 20 animais foram apresentadas aos participantes como um estimulo visual. Foi realizado um teste de recordação livre e aplicado um questionário contendo perguntas relacionadas ao conhecimento do entrevistado e sua percepção sobre cada animal foi aplicado. As informações coletadas foram analisadas através de teste de regressão logística multinível. 162 participantes foram entrevistados. Os resultados indicaram que a variável nojo (Z= 2,334; p= 0,0196) influenciou na recordação dos animais e em contrapartida, as variáveis medo (Z= 1,525; p= 0,1272) e experiência prévia negativa (Z= -0,849; p= 0,3961) não influenciaram. Para a predisposição à conservação, os resultados obtidos demonstram que as Z= -3,830; p = 0,000128), nojo (Z= -6,206; p = 5,43e-10) e a experiência prévia negativa (Z= -4.545; p = 5.50e-06) influenciam negativamente a predisposição dos participantes para a conservação de animais que despertam emoções negativas nas pessoas. Emoções fóbicas podem desencadear nos indivíduos aversão a determinados grupos de animais e o que as pessoas sentem e acreditam sobre o meio ambiente determinam suas atitudes em relação a ele. Desta forma, os achados deste estudo demonstram existir uma relação inversamente proporcional, na qual quanto mais capacidade de despertar emoções fóbicas, menos predisposição à conservação é dirigida aos animais. Comportamentos biofóbicos têm implicações negativas para a conservação da biodiversidade, pois podem levar a uma motivação reduzida para proteger os animais selvagens e seus habitats. Os resultados obtidos corroboram com demais estudos na área e fortalecem o papel que as emoções negativas desempenham sobre a percepção humana e sua relação com a fauna. Nossos resultados reforçam a importância da promoção de experiências positivas entre pessoas e demais animais, para o desenvolvimento de valores biofílicos em nossa sociedade, contribuindo assim para o fortalecimento das conexões entre seres humanos e natureza.