A Arborização Urbana é toda a cobertura vegetal do tipo arbóreo que uma cidade possui, ela favorece o aumento da biodiversidade, melhora o clima e gera recursos para a fauna. Este trabalho objetiva analisar a diversidade e composição de espécies que compõem a arborização urbana e os fatores que determinam a escolha e manutenção das plantas pelos moradores de São Francisco do Maranhão. Após assinarem um Termo de Consentimento, as entrevistas foram realizadas nas residências ou estabelecimentos comerciais que possuíam árvores na frente e os indivíduos arbóreos coletados para identificação botânica. Para avaliar a distinção entre as origens das plantas, realizou-se um teste ANOVA. Na análise dos dados etnobotânicos as espécies foram classificadas dentro de categorias de uso, para testar a hipótese da diversificação aferiu-se as quantidades de usos de espécies nativas e exóticas. Em seguida, foi construído um GLM Poisson e também um teste de χ2 para avaliar se existiam diferenças nas proporções de indivíduos exóticos e nativos dentro de cada categoria. Foram analisadas 317 árvores de 16 famílias e 32 espécies, os indivíduos mais abundantes foram Azadirachta indica (52,05%) e Terminalia catappa (8,51%). Verificou-se que o número de indivíduos exóticos era expressamente maior em relação aos nativos, mas após as análises, constatou-se que não foi significativa a diferença entre elas, p>0,05. Com relação às alturas dos indivíduos, 32,2% encontravam-se entre 2,6 a 3,5 metros e no parâmetro circunferência à altura do peito, 17,67% dos indivíduos encontravam-se entre 91-110 centímetros. Quanto à fitossanidade das árvores, 85,5% destas estavam em boas condições físicas e 52,7% das raízes observadas não causavam nenhum tipo de problema às calçadas. Foram realizadas 201 entrevistas com os moradores da cidade, 79,6% eram do sexo feminino e 20,4% do masculino. As plantas citadas foram incluídas em quatro categorias de uso: Ornamental, Medicinal, Alimentícia e Sombreamento. Embora a quantidade de espécies exóticas utilizadas pela população seja superior à de nativas, as análises demonstram que há uma relação proporcional entre elas nas categorias, conforme GLM Poisson, onde o valor de p<0,05 foi bastante significativo. Com esta análise, buscou-se testar se tinha uma chance de ocorrer menos recurso exótico onde tivesse mais recurso nativo, porém, em todas as categorias de uso foram citados indivíduos de origem exótica e nativa, isto é, há uma tendência positiva entre eles. Com base nestas análises, a hipótese da diversificação (HD) torna-se fragilizada na cidade, não sendo capaz de explicar o papel das espécies exóticas nas categorias de uso avaliadas. Também realizou-se um χ2 das proporções de nativos e exóticos e constatou-se que a diferença entre elas foi significativa, excluindo somente a categoria medicinal. Tem-se discutido mundialmente a homogeneização biótica e embora a nossa amostragem seja pequena à vista dos outros estudos sobre o tema, o que foi possível constatar é a importância das espécies exóticas localmente, principalmente A. indica, pelos seus usos. O ideal é que o município, através da secretaria do meio ambiente, promova trabalhos para incentivar os moradores a optarem por plantas nativas, evidenciando seus benefícios para a biodiversidade