A lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) é uma das principais pragas que afetam as plantações de milho, levando a perdas significativas na produção. Uma abordagem eficaz para o controle dessa praga é a utilização de variedades de milho geneticamente modificadas, que incorporam a tecnologia Bt para expressar proteínas tóxicas, incluindo Cry e Vip3Aa. No entanto, a eficácia contínua desse método requer uma avaliação rigorosa devido à emergência de casos de resistência genética, resultando em falhas no controle. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo central investigar e comparar a suscetibilidade da S. frugiperda às proteínas Bt em condições de campo. Foram selecionados dois cultivares de milho geneticamente modificados (NK 555 VIP e DKB 390PRO4) e dois cultivares convencionais (DKB 3800RR e P3889 R), dispostos em um delineamento em blocos ao acaso. O experimento foi conduzido ao longo de duas safras consecutivas (2022 e 2023). Os resultados obtidos revelaram uma alta suscetibilidade da S. frugiperda às proteínas expressas nos dois cultivares de milho geneticamente modificados. Não foram observados danos foliares relevantes nessas plantas. Em contraste, nos cultivares convencionais, a presença de lagartas foi detectada 29 dias após a semeadura (DAS), contribuindo para um nível médio de dano foliar. Este estudo enfatiza a importância crucial da resistência genética incorporada às plantas de milho por meio da tecnologia Bt para a supressão eficaz dos danos causados pela S. frugiperda. No entanto, ressalta-se a necessidade contínua de monitoramento e avaliação, dado o histórico de resistência evolutiva que pode comprometer a eficácia a longo prazo dessas estratégias de controle.