AULA 1 APRESENTAÇÃO E INTRODUÇÃO DA DISCOPLINA (17/03/2021 - 17/03/2021)
TEMAS DE HERMENÊUTICA E FILOSOFIA ANALÍTICA
1.1 ASPECTOS BUROCRÁTICO-ADMINISTRATIVOS DA DISCIPLINA
1.1.1 Leitura do Plano de curso.
1.1.2 Apresentação do cronograma de seminários.
1.2 INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA
"Acredito que a única diferença entre ciência e filosofia é que ciência é o que você mais ou menos conhece e filosofia é o que você não conhece. (...) para muitos que gostam de filosofia, o encanto dela consiste na liberdade especulativa, no fato de poder brincar com hipóteses. (...) Assim como há famílias na América que desde a época dos Peregrinos sempre migraram para o oeste, para o sertão, porque não gostavam de vida civilizada, o filósofo tem disposição aventureira e gosta de morar na região onde ainda há incertezas" (Bertrand Russell, A Filosofia do Atomismo Lógico).
"A definição mais precisa da Filosofia Ocidental é a de que ela não passa de uma sucessão de notas de rodapé da obra de Platão" (Alfred North Whitehead, Processo e Realidade).
"Certa vez perguntaram a T.S. Eliot o que era poesia. Ele respondeu: aquilo que está nas obras dos grandes poetas. E muito tentador oferecer uma semelhante caracterização da filosofia em geral e da filosofia analítica em particular. Não por preguiça de dar uma definição em termos gerais, mas porque a filosofia, assim como a poesia, só se entende internamente, ao adentrar o espaço que lhe é próprio. Esse espaço não é outro senão o das obras filosóficas exemplares. Cedendo a essa tentação, poderíamos dizer que a filosofia analítica está nos textos de pensadores modernos tais como Frege, Russell, Wittgenstein, Carnap, Quine, Strawson, Davidson e Dummett, entre outros. Não se pode negar que essa explicação deixa muitas perguntas em aberto. Ela não diz nada, por exemplo, sobre o que une os filósofos analíticos. A resposta a essa questão é fácil e bem conhecida: o que os filósofos analíticos têm em comum é o fato de todos eles se dedicarem à análise da linguagem. No entendimento comum, a filosofia analítica é simplesmente a filosofia da linguagem. Entretanto, se deixássemos as coisas assim e não acrescentássemos nada mais, seríamos obrigados a admitir que a filosofia analítica é mais antiga do que se costuma pensar. Com efeito, o estudo da estrutura geral da nossa linguagem é uma atividade tão antiga quanto a própria filosofia e tem sido praticada com excelência por filósofos tais como Platão, Aristóteles, Hume e Kant. Mas, se existe uma filosofia da linguagem entre os antigos, o que caracteriza a dos modernos? Antes de tudo, sem dúvida, o uso da lógica formal como instrumento de análise. A lógica formal no sentido atual foi elaborada por Frege. Por essa razão, a filosofia analítica dos modernos é comumente datada como sendo posterior à publicação dos principais escritos desse filósofo. Os estudos anteriores sobre a linguagem, não podendo contar com o auxílio da lógica formal, eram baseados seja em simples intuições linguísticas de cada filósofo, seja na lógica incipiente (i.e., na silogística de Aristóteles) e na gramática (mais ou menos filosófica). Mas, apesar dessa diferença técnica, podemos dizer que a filosofia da linguagem dos antigos e dos modernos compartilham um vasto estoque de problemas, métodos particulares e resultados tradicionalmente chamados de metafísica" (Zeljko Loparic, Kant e a Filosofia Analítica).
2.1 Leitura da carta contra a outorga do título de Doutor Honoris Causa para Jacques Derrida.